A ARTISTA

Natália Guarçoni (Vitória, Brasil, 1986)

Artista formada em arquitetura, Natália Guarçoni usa a arte como meio de comunicação para revelar a forma como vê a vida: um fluxo silencioso de beleza, impermanência e descobertas.

Influenciada pela filosofia zen-budista e estoica, encontra na contemplação da natureza um caminho que orienta não apenas seu processo criativo, mas também seu modo de estar no mundo. É dessa fusão entre olhar filosófico e observação atenta que surgem suas poesias visuais — sejam elas figurativas, geométricas ou construídas por palavras.

A geometria, o contraste entre luz e sombra e a delicadeza da estética shibui são traços constantes em seu trabalho, que valoriza as texturas, as diferenças de profundidade e a sobreposição como metáforas para a complexidade da existência. Para Natália, a luz não apenas revela, mas transforma superfícies e significados, tornando-se parte essencial da obra.

Em suas pinturas, recortes, fotografias e colagens, conduz o espectador a um mergulho interno, convidando-o a desacelerar e a perceber o que muitas vezes passa despercebido. Sua arte é um convite ao autoconhecimento e ao bem viver — uma escavação cuidadosa das sutilezas que tornam o cotidiano extraordinário.

 

Sobre o Ateliê e a Experimentação

 

Natália Guarçoni vive e trabalha em seu ateliê, um espaço singular instalado em um apartamento antigo cuidadosamente adaptado para abrigar sua criação artística e seu cotidiano. Mais que um local de trabalho, o ateliê é um laboratório vivo de experimentação, reflexão e troca.

 

Nesse ambiente integrado, o contato com materiais naturais, especialmente o linho, é parte fundamental da sua poética. A leveza, transparência e textura do linho dialogam com sua busca estética pela simplicidade elegante, inspirada no conceito japonês de shibui. Essa escolha revela também sua sensibilidade sinestésica, valorizando o toque e as sensações para aprofundar a experiência do mundo.

 

A experimentação permeia todo o processo criativo: a exploração de pigmentos orgânicos, giz pastel e a interação direta com o tecido fazem do ateliê um palco para descobertas inesperadas, onde os “erros” abrem caminhos para novas formas e significados.

 

Na sala, um jardim cuidadosamente projetado por ela permite que a natureza esteja presente mesmo entre paredes. Ali, cada broto, cada mudança sutil nas folhas, torna-se uma forma silenciosa de meditação — um convite a observar o tempo com outros olhos.

 

Além disso, o ateliê é um espaço aberto para encontros e diálogos, onde Natália recebe pessoas para compartilhar ideias e refletir sobre arte, reafirmando a troca como componente essencial do fazer artístico. Assim, seu ateliê encarna sua filosofia de vida e arte — uma jornada de contemplação, impermanência e conexão com a natureza.

 

 

Shibui: a beleza da simplicidade profunda

 

O shibui é um conceito estético japonês que celebra a elegância discreta e a beleza sutil. Diferente do que impressiona à primeira vista, o shibui se revela aos poucos, com calma e atenção, mostrando uma profundidade que convida à contemplação.

 

Essa estética valoriza o equilíbrio entre simplicidade e complexidade, luz e sombra, perfeição e imperfeição — tudo integrado de forma harmoniosa e natural. É a beleza que não se impõe, mas que transforma o ordinário em algo extraordinário.

 

Para Natália Guarçoni, o shibui é mais que uma inspiração visual: é um caminho para expressar, por meio de materiais naturais e texturas delicadas, uma poética da leveza, do silêncio e da autenticidade.

 

 

Currículo

 

Formou-se em arquitetura em 2009, trabalhou como arquiteta e designer de interiores até 2022. Desde 2014 desenvolve uma pesquisa contínua sobre estética e filosofia minimalista, que atravessa toda a sua trajetória profissional e resultou em sua dedicação integral à arte a partir de 2022.

 

Foi diretora criativa e fotógrafa artística das marcas Almofatta (2017–2023) e Uso Minimalista (2020–2023), experiências que aprofundaram seu olhar para a delicadeza, a geometria e a potência do essencial.

 

Em sua produção, investiga temas como impermanência, silêncio, vazio e autoconhecimento, inspirada pela filosofia zen-budista e estoica e pela observação da natureza como guia para o viver.

 


Exposições individuais

Tempo, Ozlo Galeria, Vitória, ES (OUT 2023)

– Recortes, Parede Galeria, Vitória, ES (MAR 2023)

Exposições coletivas e feiras de arte

Instantes Suspensos, Galeria BASE, SP (SET 2025)

– Entremares, Espaço Residência Mar, Manguinhos, ES (AGO 2025)

A Cidade Sou Eu, OÁ Galeria, Vitória, ES (ABR 2025)

– Jardim de Fragmentos, Ozlo Galeria, Vitória, ES (OUT 2024)

– E o Mundo (Não) Se Acabou, SESI Vitória, ES (AGO 2024)

– 8, Parede Galeria, Vitória, ES (AGO 2023)

Salões de arte

– 35º Salão BUNKYO de Arte Contemporânea, São Paulo, SP (2025)

– 50º Salão de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto (MARP), Ribeirão Preto, SP (2025)

Programas e feiras de arte

– Clube do Colecionador, OMA Galeria, São Paulo, SP (2025)

– Nano Art Hub, São Paulo, SP (JAN 2024)

Residências artísticas

– ZAIT Residência Artística (2024)